sexta-feira, 24 de abril de 2015

Câncer de Pele: Conheça os diferentes tipos e como atuam no corpo

Muito se fala sobre câncer de pele, mas poucos sabem realmente o que ele é, seus sintomas e tratamento. “Os cânceres são multiplicações celulares que geram células diferentes das que já existem no organismo”, segundo a dermatologista Michele Haikal.

Alterações na pele, presença de protuberâncias novas, que podem coçar ou sangrar devem sempre ser mostradas a um especialista Foto: Instituo Christiana Care/Licence CC BY-NC-SA 2.0

Na pele é possível ter diversos tipos de câncer, a especialista explica alguns deles:

Carcinoma basocelular: que é tumor maligno cutâneo mais frequente em nosso meio, representando 71,4% dos tumores malignos de pele e começam da epiderme. O fator mais importante envolvido na evolução da doença é exposição da pele à radiação dos raios ultravioletas B, único que oferece riscos à saúde humana. Tem baixo risco de metástase, mas pode crescer muito radialmente e não ter cura, causando deformidades.

Carcinoma espinocelular: é o segundo tumor maligno mais frequente na pele (21,7%), podendo causar metástase. Origina-se da proliferação atípica de células da camada espinhosa da epiderme e sua incidência tem aumentado drasticamente nos últimos anos. O fator mais importante envolvido é o raio ultravioleta B com contribuição do ultravioleta A. A lesão prévia mais frequente é a queratose actínica, lesões grossas que surgem em cima de pele muito exposta ao sol. A redução da eficiência do sistema imunológico aumenta o risco do seu desenvolvimento.

Melanoma: ocorre pela transformação do melanócito (célula que dá cor à pele e a pintas). Representa 4% dos tumores malignos de pele e é o de maior mortalidade. Quando não diagnosticado no início ele infiltra a derme e torna-se com elevado índice de metástase e resistente a terapias, sendo responsável por 77% das mortes por câncer de pele. Sua incidência tem dobrado a cada dez anos e é o câncer mais fatal entre adultos jovens. Os fatores de risco são ambientais e também genéticos. A exposição solar é o principal fator ambiental, mas 10% dos casos ocorrem por histórico familiar.

Carcinoma de células de Merkel: é um tumor raro, mas muito agressivo, que se origina da transformação desordenada das células de Merkel (responsáveis pelo tato). A redução da eficiência do sistema imunológico (imunossupressão) é um fator de risco para o seu desenvolvimento. Atualmente reconhece-se a presença de um vírus, o polyomavirus, envolvido em sua gênese.

A frequência é igual para ambos os sexos, porém em alguns países há estatísticas sobre a doença. “O melanoma tem um predomínio um pouco maior em mulheres, segundo estatísticas de países desenvolvidos, mas tem aumentado à incidência em homens. No Brasil não temos estas estatísticas”, explica Michele. O Carcinoma de células de Merkel (que é muito raro) tem um discreto predomínio em homens.

Precauções
A principal precaução que está em nossas mãos, é o uso de protetor solar diariamente e evitar exposição excessiva ao sol. Existem também outros fatores envolvidos como a genética e a imunossupressão que são mais difíceis de atuar.

Sintomas
Alterações na pele, presença de protuberâncias novas, que podem coçar ou sangrar devem sempre ser mostradas a um especialista. Michele diz que devemos ficar atentos às lesões pigmentadas quando há o desenvolvimento de melanomas. “Se um nevo (pinta) se torna sintomático (coceira, sangramento, crescimento rápido), ou se ele tem o tamanho maior que seis milímetros, irregularidade de bordas, variedade de cores e assimetria de sua forma, deve ser mostrada a um especialista rapidamente”, diz.

Tratamento
A dermatologista explica que existe variação de acordo com cada tipo de câncer de pele e do tempo em que ele foi encontrado, indo desde o uso de substância local ou remoção simples por exérese (cirurgia de retirada de corpo estranho), até a quimio e radioterapia.

Fonte: Webrun