quarta-feira, 13 de agosto de 2014

Mudança Brusca de Temperatura e Umidade é Gatilho Para Enxaqueca


A cidade de São Paulo tem enfrentado dias quentes e secos no meio do inverno, mas a chegada de uma massa de ar frio do Sul é prevista para derrubar a temperatura e aumentar a umidade, com chuva e garoa, nos próximos dias. Essa variação costuma afetar a imunidade de muita gente e, para quem sofre de enxaqueca, pode representar um gatilho para crises.

“Alguns gatilhos podem ser eliminados, mas outros não, como é o caso das mudanças bruscas do clima. Mas existem tratamentos que podem deixar a pessoa mais resistente a esses agentes externos”, afirma a Dra. Thaís Villa, especialista em cefaleias e coordenadora da Clínica de Cefaleias do HCor Neuro.

Estima-se que 30 milhões de brasileiros enfrentem a enxaqueca regularmente. Cerca de 25% dos casos apresentam a enxaqueca com aura, sendo a mais comum a aura visual, descrita como luzes piscando, manchas brilhantes e visão borrada, podendo acontecer antes ou durante a cefaleia. Quando isso acontece, o risco de infarto e AVC é três vezes maior. “Se a pessoa for tabagista e usar contraceptivo oral, o risco dá um salto e torna-se nove vezes maior”, alerta a neurologista.

Combate às crises
O primeiro passo para combater a enxaqueca é identificar seus gatilhos. Embora alguns sejam mais frequentes, como estresse e jejum prolongado, eles podem variar muito de pessoa a pessoa, por isso a avaliação clínica precisa ser bem detalhada e individualizada. “Uma consulta sobre enxaqueca precisa ser longa e o paciente precisa ser ouvido com atenção em todas as suas queixas, pois o diagnóstico é clínico”, explica a Dra. Thaís.

O objetivo é eliminar o máximo de gatilhos possível e, ao mesmo tempo, tornar o cérebro mais resistente a eles, com um tratamento medicamentoso preventivo, utilizando neuromoduladores, betabloqueadores e até antidepressivos. “A doença é genética: não tem cura, mas tem controle”, afirma a neurologista.

Gatilhos frequentes
Os gatilhos da enxaqueca costumam variar, mas existem alguns que são frequentes. Veja a lista dos principais:

- Estresse;
- Barulho;
- Cheiro forte;
- Claridade;
- Atividade física praticada irregularmente;
- Mudanças climáticas
- Jejum prolongado;
- Mudança de rotina de sono;
- Álcool;
- Mudanças hormonais da menstruação.

Mais comum em mulheres

Estima-se que 75% das pessoas que sofrem com enxaqueca sejam mulheres, ou seja, três mulheres para cada homem. A grande maioria dos casos acontece em idade produtiva, entre 18 e 55 anos. As crises costumam estar associadas às variações hormonais, como a queda de progesterona e do estrógeno, durante o ciclo menstrual. Por isso, o tratamento pode requerer um atendimento multiprofissional, incluindo um neurologista e ginecologista.