O Brasil é um berço de
empreendedores. Mas é preciso que as boas ideias caminhem juntas com um bom
orçamento e conhecimento de gestão
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(*) Mari Gradilone
O empreendedor é alguém com
características especiais. Sabe reconhecer oportunidades, tem disposição para
trabalhar duro e por longas jornadas. É um apaixonado pela atividade
escolhida e está comprometido com a busca da própria independência. Estudos
divulgados recentemente apontam que o brasileiro está cada vez mais inclinado
a ter o próprio negócio. Entre os jovens, muitos preferem este caminho a ter
um emprego formal. Em uma abordagem geral, o perfil do empreendedor
brasileiro é formado por homens de 26 a 35 anos; 50% deles com formação
superior e até pós-graduação. No universo feminino, alguns estudos demonstram
que em cada dez mulheres, duas sonham ter a própria empresa.
O tempo e a vivência
profissional já me provaram, no entanto, que não basta ter vontade e uma boa
ideia. Mesmo quem tem um certo capital para iniciar a jornada, sem alguns
conhecimentos de administração para conduzir a nova empresa, não é muito
garantido que o negócio vá longe. Criatividade é importante, mas ela precisa
contar com outros pilares, como o conhecimento orçamentário, uma boa
assessoria jurídica e fiscal, bom networking e um business plan
compatível com a realidade do mercado.
Quem pretende empreender precisa
estar pronto para encarar muitos desafios. Precisa somar à sua vocação outros
atributos e ir aprender o que ainda não sabe. Precisa buscar informações
sobre diferentes áreas - legislação trabalhista, tributação, relações
bancárias e com consumidor, tecnologia, e outras tantas.
Quem escolhe este caminho, em geral,
tem um propósito. Sua motivação vem da própria personalidade. Em geral, são
pessoas que gostam do desafio, que querem trabalhar com mais liberdade de
ação, que têm um projeto que não encontrou espaço para ser realizado nas
instituições onde trabalhavam. Em mais de 20 anos como executiva em um
segmento no qual acompanho muito de perto pequenos e médios empresários e,
claro, empreendedores em seus primeiros passos, sei que contar com uma
boa estrutura de apoio e tomar certos cuidados fazem toda a diferença.
Não importa o seu tamanho:
organize-se. Quem está começando ou optou por ter uma operação enxuta,
precisa ter foco e não pode desperdiçar - nem tempo, nem dinheiro. Avaliar os
custos de sua operação e ponderar o que vale a pena e o que agrega valor à
sua operação são essenciais.
Na área em que atuo, esse exercício
é uma rotina contínua. Como gestora de escritórios virtuais estruturados para
prover soluções completas e customizadas aos mais diferentes perfis de
clientes, meu desafio é o de pensar e criar espaços funcionais, com serviços
de apoio - desde secretárias, estrutura de telefonia, tecnologia, assessoria
jurídica e contábil.
Um empreendedor não pode arriscar
seu futuro por falta de conhecimento. Precisa reunir boas informações,
estabelecer prioridades para os investimentos e formar um time de bons
profissionais. E, então, o sucesso virá com certeza.
(*) Mari Gradilone, sócia diretora
da Virtual Office.
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