Muito se fala sobre câncer
de pele, mas poucos sabem realmente o que ele é, seus sintomas e tratamento.
“Os cânceres são multiplicações celulares que geram células diferentes das que
já existem no organismo”, segundo a dermatologista Michele Haikal.
Na pele é possível ter
diversos tipos de câncer, a especialista explica alguns deles:
Carcinoma basocelular: que é
tumor maligno cutâneo mais frequente em nosso meio, representando 71,4% dos
tumores malignos de pele e começam da epiderme. O fator mais importante
envolvido na evolução da doença é exposição da pele à radiação dos raios
ultravioletas B, único que oferece riscos à saúde humana. Tem baixo risco de
metástase, mas pode crescer muito radialmente e não ter cura, causando
deformidades.
Carcinoma espinocelular: é o
segundo tumor maligno mais frequente na pele (21,7%), podendo causar metástase.
Origina-se da proliferação atípica de células da camada espinhosa da epiderme e
sua incidência tem aumentado drasticamente nos últimos anos. O fator mais
importante envolvido é o raio ultravioleta B com contribuição do ultravioleta
A. A lesão prévia mais frequente é a queratose actínica, lesões grossas que
surgem em cima de pele muito exposta ao sol. A redução da eficiência do sistema
imunológico aumenta o risco do seu desenvolvimento.
Melanoma: ocorre pela
transformação do melanócito (célula que dá cor à pele e a pintas). Representa
4% dos tumores malignos de pele e é o de maior mortalidade. Quando não
diagnosticado no início ele infiltra a derme e torna-se com elevado índice de
metástase e resistente a terapias, sendo responsável por 77% das mortes por
câncer de pele. Sua incidência tem dobrado a cada dez anos e é o câncer mais
fatal entre adultos jovens. Os fatores de risco são ambientais e também
genéticos. A exposição solar é o principal fator ambiental, mas 10% dos casos
ocorrem por histórico familiar.
Carcinoma de células de
Merkel: é um tumor raro, mas muito agressivo, que se origina da transformação
desordenada das células de Merkel (responsáveis pelo tato). A redução da
eficiência do sistema imunológico (imunossupressão) é um fator de risco para o
seu desenvolvimento. Atualmente reconhece-se a presença de um vírus, o
polyomavirus, envolvido em sua gênese.
A frequência é igual para
ambos os sexos, porém em alguns países há estatísticas sobre a doença. “O
melanoma tem um predomínio um pouco maior em mulheres, segundo estatísticas de
países desenvolvidos, mas tem aumentado à incidência em homens. No Brasil não
temos estas estatísticas”, explica Michele. O Carcinoma de células de Merkel
(que é muito raro) tem um discreto predomínio em homens.
Precauções
A principal precaução que
está em nossas mãos, é o uso de protetor solar diariamente e evitar exposição
excessiva ao sol. Existem também outros fatores envolvidos como a genética e a
imunossupressão que são mais difíceis de atuar.
Sintomas
Alterações na pele, presença
de protuberâncias novas, que podem coçar ou sangrar devem sempre ser mostradas
a um especialista. Michele diz que devemos ficar atentos às lesões pigmentadas
quando há o desenvolvimento de melanomas. “Se um nevo (pinta) se torna
sintomático (coceira, sangramento, crescimento rápido), ou se ele tem o tamanho
maior que seis milímetros, irregularidade de bordas, variedade de cores e
assimetria de sua forma, deve ser mostrada a um especialista rapidamente”, diz.
Tratamento
A dermatologista explica que
existe variação de acordo com cada tipo de câncer de pele e do tempo em que ele
foi encontrado, indo desde o uso de substância local ou remoção simples por
exérese (cirurgia de retirada de corpo estranho), até a quimio e radioterapia.
Fonte: Webrun